Lei de uso e ocupação de solo de São Paulo perpetua erro ambiental histórico

Uma tragédia para as raras áreas verdes sobreviventes da cidade de São Paulo. Assim pode ser caracterizada a legislação de uso e ocupação do solo apresentada recentemente à Câmara Municipal pelo prefeito Fernando Haddad. Com o objetivo de construir mais creches sem ter que adquirir novos terrenos, o prefeito pode ocupar e eliminar áreas verdes públicas e espaços livres da metrópole, incluindo unidades de conservação integral, parques urbanos e lineares, praças e até áreas de preservação permanente, como as matas “produtoras e protetoras de água” nas beiras de represas e rios.

Tal postura inaceitável repete os erros típicos do século passado na metrópole, de justificar o sacrifico das já escassas áreas verdes públicas, que garantem a qualidade de vida, saúde pública e a biodiversidade para a população, por um motivo também nobre (hospitais, escolas, creches). Esses equipamentos públicos devem coexistir com o verde nas comunidades e nunca se contraporem.

Na cidade de São Paulo são inúmeros os exemplos de bairros e regiões que perderam suas praças e parques para ações realizadas por gestões públicas irresponsáveis e populistas. O resultado é sentido fisicamente e psicologicamente por todos que vivem o cotidiano insalubre da metrópole com apenas 2,6 m² de áreas verdes por habitante e que em alguns bairros chega a míseros cm². Abaixo um exemplo típico, na região central.

O antigo Largo Conde de Sarzedas na região central em 1944. Ainda um espaço verde de encontro e brincadeiras da comunidade do Glicério, na região central.

O antigo Largo Conde de Sarzedas na região central em 1944. Ainda um espaço verde de encontro e brincadeiras da comunidade do Glicério.

Atualmente uma escola pública

Sacrificado para uma escola pública em uma região completamente árida atualmente. Porque a escola não foi construída desapropriando outros terrenos construídos?

Matéria na íntegra:

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,governo-haddad-cobra-cota-verde-mas-fica-isento,1699288

Ricardo Cardim

Sobre Ricardo Cardim

Paisagista e Botânico www.cardimpaisagismo.com.br www.arvoresdesaopaulo.com.br
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3 respostas para Lei de uso e ocupação de solo de São Paulo perpetua erro ambiental histórico

  1. Thadeu Luzzi Bonomo disse:

    Disse q sim…

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  2. Ruy Barbosa Silva / arquiteto e urbanista disse:

    Caro Ricardo!
    É claro que a nossa cidade já foi muito impermeabilizada, assim como, nossa única e imediata alternativa são as coberturas verdes para retermos a velocidade de escoamento das águas pluviais e também sua capitação para cisternas.
    Podemos ainda sugerir adequações nesta lei, de tal maneira que para ser aprovado o projeto de implantação de qualquer que seja o equipamento público nestas recintos verdes, que sejam obrigatório a execução de cobertura verde e acesso independente para o público usuário da mesma.
    Tal como uma praça elevada…
    Abs,

    Ruy Barbosa

  3. waltraud cavalheri disse:

    O que pode ser feito?

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