De onde vem as espécies de plantas “ornamentais” disponíveis nas lojas e viveiros no Brasil? Quando você vai escolher uma palmeira ou arbusto, quem escolheu antes para você entre as centenas de milhares de espécies de plantas existentes no planeta? Porque o cardápio é só aquele?
São perguntas ainda pouco feitas no Brasil a se observar nos projetos de paisagismo residenciais, públicos e privados e seu elenco de plantas. A esmagadora maioria usa as mesmas espécies disponíveis, mudando apenas sua composição e quantidade nas áreas verdes. Os resultados são jardins sempre parecidos, monótonos e com baixa capacidade de serviços ambientais e biodiversidade.
Essas “plantas ornamentais” comuns no mercado são quase todas de origem estrangeira, e seguem as modas lançadas em países de clima frio e realidade natural e urbana bem diferente das nossa, como Holanda, Inglaterra, EUA e Japão. O Brasil, país de maior diversidade de plantas do mundo, com mais de 50.000 espécies de plantas nativas diferentes, quase não usa sua biodiversidade e sim esse “pacote” exótico importado, que faz cerca de 90% da vegetação usada no paisagismo brasileiro ser estrangeira.
As consequências desse nosso hábito traz enormes prejuízos para os biomas nativos, por causa da proliferação de plantas exóticas invasoras, extinção de fauna e flora locais e o desconhecimento da nossa população, dona da maior biodiversidade mundial.
É urgente um movimento de renovação no paisagismo brasileiro e no seu mercado para resgatar e utilizar todo o enorme potencial de plantas ornamentais nativas regionais, formando não somente projetos belos, mas principalmente funcionais para a comunidade, cultura e meio ambiente. Abaixo a lista das 10 plantas ornamentais mais comuns:

1. palmeira azul (Bismarckia nobilis) Origem: África

2. palmeira rabo de raposa (Wodyetia bifurcata) Origem: Austrália

3. areca-bambu (Dypsis lutescens) Origem: África

4. palmeira fênix (Phoenix roebelenii) Origem: Ásia

5. cica (Cycas revoluta) Origem: Ásia

6. buxinho (Buxus sempervirens) Origem: Europa

7. capim do texas (Pennisetum setaceum) Origem – África

8. kaizuka (Juniperus chinensis torulosa) – Origem: Ásia

9. agaves (Agave sp.) – América Central

10. podocarpus (Podocarpus macrophyllus) Origem: Ásia
No próximo post vamos trazer opções de espécies dos biomas brasileiros já produzidas no mercado brasileiro para a troca.
Ricardo Cardim