Até a virada do século, a cidade de São Paulo plantava muitas espécies de árvores estrangeiras nas suas ruas e praças, como a tipuana, árvore-da-china e resedá. Isso mudou, e com o adventos dos manuais de arborização da prefeitura uma nova lista surgiu repleta de espécies nativas do Brasil e algumas nativas regionais, o que foi ótimo para a sustentabilidade ecológica da metrópole. Entretanto, mesmo com a dezenas de espécies da Mata Atlântica local disponíveis na lista oficial e atualmente muito raras na arborização urbana, as espécies de novas árvores que vemos sendo plantadas nas ruas são sempre as mesmas três. Até hoje. Trata-se da sibipiruna, do pau-ferro e mirindiba. Observar atentamente as árvores jovens e mudas plantadas em paisagismo privado, compensações ambientais e arborização é só achar elas, o que é péssimo para a biodiversidade em uma cidade que tem mais de 300 espécies de árvores nativas no seu território e a árvore-símbolo é o cambuci, que aliás está quase extinta por aqui, com pouco menos de 10 exemplares adultos na malha urbana. Detalhe importante: a sibipiruna, o pau-ferro e a mirindiba são exóticas na cidade de São Paulo, de formações vegetais do Rio de Janeiro para cima. Planta não reconhece fronteiras políticas, mas ambientais, e planta nativa é aquela que existia originalmente na região, regional, assim, essas três espécies são tão exóticas na cidade como a boliviana tipuana (Tipuana tipu).
- Sibipiruna (Poincianella pluviosa L.P.Queiroz)
2. mirindiba (Lafoensia glyptocarpa Koehne)
3. pau-ferro (Libidibia ferrea L.P.Queiroz)
Bibliografia:
Reflora – Flora do Brasil 2020 – Jardim Botânico do Rio de Janeiro:
Inventário da Biodiversidade do Município de São Paulo 2016:
Clique para acessar o pubbiodiversidademunsp2016.pdf
Ricardo Cardim