A arborização da capital carioca é realmente bem diferente de São Paulo. Árvores como o abricó-de-macaco (Couroupita guianensis), de origem amazônica, enfeitam a cidade com seus abundantes frutos em forma de grandes bolas presos ao tronco (que se cairem na cabeça com certeza não será nada agradável). Diversas ruas e praças são enfeitadas com a espécie, que na floração também é exuberante, criando um ambiente bem exótico.
Na Quinta da Boa Vista, em frente ao palácio onde a Família Imperial Brasileira morou até 1889, uma extensa de alameda de sapucaias (Lecythis sp.), típicas da mata atlântica, ladeiam ambos os lados da rua e pode ser considerado um exemplo de homenagem à nossa flora. Plantadas há mais de um século, desde a época de Dom Pedro II, que com certeza passeou entre elas como admirador da natureza que era, até hoje mantém a vitalidade e ainda produzem muitos frutos em forma de urna.
Ricardo Henrique Cardim
Muito lindas, talvez seja por conta de uma influência do Burle Marx, apesar de em SP também aparecer um pouco, esta coisa de espécie amazônica é bem dele!
Leandro,
concordo com você, essa árvore tem bem a cara das pesquisas de Burle Marx, no Aterro tem muitas delas…
abraço
Super, Ricardo! Eu viajo no tempo com estes detalhes sobre a origem das nossas árvores. Incrível pensar que os homens já se foram, mas elas permanecem como o testemunho de uma época.
Oi Dalva,
penso assim como você, é algo realmente fantástico!
abs
Que bom encontrar nessa selva de pedra, uma árvore reproduzindo. Refiro-me a uma rara espécie, em extinção, chamada Cardim. Procurei na internet seu nome cientifico e descobri que é Ricardo.
Vejo, que não estou isolado. E tenho também algumas histórias para contar. Tenho um filho de dez anos e como ensinar que deve preservar o verde? Falar é muito fácil. Mais fácil é exemplificar. Moramos num apartamento e começamos a plantar arvores, essa foi mais uma de minhas loucuras. Numa lata de Nescau, chegamos a semear mais de 50 sementes de Jabuticaba e Cereja. Para encontrar as sementes da jabuticaba pegamos no parque Ibirabuera e da Cereja numa calçada no Jabaquara. Você imagina um adulto e uma criança colhendo do chão frutas sujas? As pessoas passando e pensando: “Que homem porco esse! Que exemplo ruim está dando a essa criança!” Então a coisa deixa de ser sério e passa a ser brincadeira, é claro que digo ao meu filho bem alto: “Olha essa como é grande e bonita. Vamos levar tudo para casa e lavar direitinho as nossas frutinhas!” Só em escrever já dou gargalhadas! Depois que germinam levo a Porto Alegre e transplanto as mudas para garrafas plásticas. Cheguei a fazer um enorme viveiro. Mais de cem ou duzentas espécies. E comecei a dar para amigos. Na festa dos 80 anos do meu pai, a lembrançinha foi uma muda. O pessoal me perguntava o que iriam fazer com a muda, eu respondia: “Vocês vão fazer a parte de vocês, plantar com seus filhos. Em 2009 passei a plantar abacates, lá em casa, chegamos a enjoar, minha esposa, nem quer saber da fruta. Fui salvo por uma vizinha, que volte e meia me dá um caroço. Os abacates já com dois palmos de altura, vão de São Paulo ao Rio a Curitiba e só depois a Porto Alegre, coisa de gringo, gostam de andar de avião. Eu cheguei uma vez a levar uma Jabuticaba de 50 Kgs no avião a Porto Alegre.
De tanto falar que nós plantávamos, tive que trazer de volta várias mudas para São Paulo porque os amigos e clientes me assediavam. Até meu filho comentou, Olha só pai, até já estamos trazendo de volta e porque você não abre uma loja e troca de ramo!
Desde pequeno aprendi a não destruir a natureza. Cresci numa Chácara dentro da Capital, mais de 10 hetacteres. Ela foi vendida pela nossa família. E tempos depois invadida, o proprietário nada fez, porque estavam desmatando a mata e a vantagem era dele. Ai contatei um amigo da televisão, não deu outra, bateu o Ministério Público e evacuaram a área. Muito tempo depois conheci o José Luzemberg, um grande brasileiro, defensor de nossa flora e fauna. Temos duas propriedades hoje, com muito mato, em ambas com mato nativo, com muita Araucária. Lá não precisamos de lei, é proibido pensar em derrubar arvores.
Desculpe Ricardo, me excedi, mas estou escrevendo para lhe dar os parabéns.
Jones e Lucas Rodrigues
Jones-rodrigues@uol.com.br
Caros Jones e Lucas,
Muito obrigado por compartilhar comigo e os leitores essa história divertida! verdadeiro “viveiro ponte-aérea” …ehehe… Me identifiquei muito com ela, principalmente na parte de coletar sementes no chão com os outros passando e achando que vc é louco de pegar “lixo”… é bom saber que existem outros “loucos” como nós, fazendo o papel de beija-flores apagando incêndio na floresta. Onde ficam suas araucárias? Uma boa espécie para plantar em parque e praças da cidade são elas, que já dominaram a paisagem paulistana antes de nós e hoje não sobra nem mais resquício. parabéns por seu trabalho e sorte do Lucas, que pode contar com um pai assim. mantenha contato,
Abraços
Ricardo
Hello Ricardo — Thank you for sharing these beautiful tree pictures! What vibrant colors!!
..também gosto de plantar árvores,principalmente frutíferas e comestíveis por nós.Assim consegui uma mangueira com 1,0m e ensaiei plantar na calçada (rio de janeiro-tijuca) pra socupar lugar de outra que foi derrubada por manobra infeliz dum motorista de caminhão.Acontece que uma moradora do prédio está se pondo contra a plantação da mangueira,argumentando que quando houver frutos vão chover pedradas que poderão atingir sua janela…?Pode-se apostar nas pedradas como também nas não pedradas,apostar na educação..uma palavra contra a outra.A pergunta é, é proibido plantar frutíferas na calçada?É assunto para reunião de condôminos?Planto na marra,correndo o risco dos contrários destruírem???