Árvores do Rio de Janeiro 5 – última da série – curiosidades na cidade

abricó-de- macaco no Aterro do Flamengo

A arborização da capital carioca é realmente bem diferente de São Paulo. Árvores como o abricó-de-macaco (Couroupita guianensis), de origem amazônica, enfeitam a cidade com seus abundantes frutos em forma de grandes bolas presos ao tronco (que se cairem na cabeça com certeza não será nada agradável). Diversas ruas e praças são enfeitadas com a espécie, que na floração também é exuberante, criando um ambiente bem exótico.

As belas flores do abricó-de-macaco

Na Quinta da Boa Vista, em frente ao palácio onde a Família Imperial Brasileira morou até 1889, uma extensa de alameda de sapucaias (Lecythis sp.), típicas da mata atlântica, ladeiam ambos os lados da rua e pode ser considerado um exemplo de homenagem à nossa flora. Plantadas há mais de um século, desde a época de Dom Pedro II, que com certeza passeou entre elas como admirador da natureza que era, até hoje mantém a vitalidade e ainda produzem muitos frutos em forma de urna.

Alameda das sapucaias

As cumbucas ou urnas da sapucaia

Ricardo Henrique Cardim

Sobre Ricardo Cardim

Paisagista e Botânico www.cardimpaisagismo.com.br www.arvoresdesaopaulo.com.br
Esse post foi publicado em arborização urbana e marcado , , , , , , , , , , , , , , , , . Guardar link permanente.

8 respostas para Árvores do Rio de Janeiro 5 – última da série – curiosidades na cidade

  1. Leandro Macedo disse:

    Muito lindas, talvez seja por conta de uma influência do Burle Marx, apesar de em SP também aparecer um pouco, esta coisa de espécie amazônica é bem dele!

    • Ricardo Cardim disse:

      Leandro,

      concordo com você, essa árvore tem bem a cara das pesquisas de Burle Marx, no Aterro tem muitas delas…

      abraço

  2. dalva disse:

    Super, Ricardo! Eu viajo no tempo com estes detalhes sobre a origem das nossas árvores. Incrível pensar que os homens já se foram, mas elas permanecem como o testemunho de uma época.

    • Ricardo Cardim disse:

      Oi Dalva,

      penso assim como você, é algo realmente fantástico!

      abs

  3. jones rodrigues disse:

    Que bom encontrar nessa selva de pedra, uma árvore reproduzindo. Refiro-me a uma rara espécie, em extinção, chamada Cardim. Procurei na internet seu nome cientifico e descobri que é Ricardo.
    Vejo, que não estou isolado. E tenho também algumas histórias para contar. Tenho um filho de dez anos e como ensinar que deve preservar o verde? Falar é muito fácil. Mais fácil é exemplificar. Moramos num apartamento e começamos a plantar arvores, essa foi mais uma de minhas loucuras. Numa lata de Nescau, chegamos a semear mais de 50 sementes de Jabuticaba e Cereja. Para encontrar as sementes da jabuticaba pegamos no parque Ibirabuera e da Cereja numa calçada no Jabaquara. Você imagina um adulto e uma criança colhendo do chão frutas sujas? As pessoas passando e pensando: “Que homem porco esse! Que exemplo ruim está dando a essa criança!” Então a coisa deixa de ser sério e passa a ser brincadeira, é claro que digo ao meu filho bem alto: “Olha essa como é grande e bonita. Vamos levar tudo para casa e lavar direitinho as nossas frutinhas!” Só em escrever já dou gargalhadas! Depois que germinam levo a Porto Alegre e transplanto as mudas para garrafas plásticas. Cheguei a fazer um enorme viveiro. Mais de cem ou duzentas espécies. E comecei a dar para amigos. Na festa dos 80 anos do meu pai, a lembrançinha foi uma muda. O pessoal me perguntava o que iriam fazer com a muda, eu respondia: “Vocês vão fazer a parte de vocês, plantar com seus filhos. Em 2009 passei a plantar abacates, lá em casa, chegamos a enjoar, minha esposa, nem quer saber da fruta. Fui salvo por uma vizinha, que volte e meia me dá um caroço. Os abacates já com dois palmos de altura, vão de São Paulo ao Rio a Curitiba e só depois a Porto Alegre, coisa de gringo, gostam de andar de avião. Eu cheguei uma vez a levar uma Jabuticaba de 50 Kgs no avião a Porto Alegre.
    De tanto falar que nós plantávamos, tive que trazer de volta várias mudas para São Paulo porque os amigos e clientes me assediavam. Até meu filho comentou, Olha só pai, até já estamos trazendo de volta e porque você não abre uma loja e troca de ramo!
    Desde pequeno aprendi a não destruir a natureza. Cresci numa Chácara dentro da Capital, mais de 10 hetacteres. Ela foi vendida pela nossa família. E tempos depois invadida, o proprietário nada fez, porque estavam desmatando a mata e a vantagem era dele. Ai contatei um amigo da televisão, não deu outra, bateu o Ministério Público e evacuaram a área. Muito tempo depois conheci o José Luzemberg, um grande brasileiro, defensor de nossa flora e fauna. Temos duas propriedades hoje, com muito mato, em ambas com mato nativo, com muita Araucária. Lá não precisamos de lei, é proibido pensar em derrubar arvores.
    Desculpe Ricardo, me excedi, mas estou escrevendo para lhe dar os parabéns.
    Jones e Lucas Rodrigues

    Jones-rodrigues@uol.com.br

    • Ricardo Cardim disse:

      Caros Jones e Lucas,

      Muito obrigado por compartilhar comigo e os leitores essa história divertida! verdadeiro “viveiro ponte-aérea” …ehehe… Me identifiquei muito com ela, principalmente na parte de coletar sementes no chão com os outros passando e achando que vc é louco de pegar “lixo”… é bom saber que existem outros “loucos” como nós, fazendo o papel de beija-flores apagando incêndio na floresta. Onde ficam suas araucárias? Uma boa espécie para plantar em parque e praças da cidade são elas, que já dominaram a paisagem paulistana antes de nós e hoje não sobra nem mais resquício. parabéns por seu trabalho e sorte do Lucas, que pode contar com um pai assim. mantenha contato,

      Abraços

      Ricardo

  4. Jade disse:

    Hello Ricardo — Thank you for sharing these beautiful tree pictures! What vibrant colors!!

  5. yoman disse:

    ..também gosto de plantar árvores,principalmente frutíferas e comestíveis por nós.Assim consegui uma mangueira com 1,0m e ensaiei plantar na calçada (rio de janeiro-tijuca) pra socupar lugar de outra que foi derrubada por manobra infeliz dum motorista de caminhão.Acontece que uma moradora do prédio está se pondo contra a plantação da mangueira,argumentando que quando houver frutos vão chover pedradas que poderão atingir sua janela…?Pode-se apostar nas pedradas como também nas não pedradas,apostar na educação..uma palavra contra a outra.A pergunta é, é proibido plantar frutíferas na calçada?É assunto para reunião de condôminos?Planto na marra,correndo o risco dos contrários destruírem???

Deixe um comentário