Nos últimos anos, o palmito-jussara (Euterpe edulis) começou a participar mais dos projetos de paisagismo urbanos. Muitos jardins de prédios corporativos receberam alguns exemplares. Entretanto, também é fácil perceber a pouca sobrevivência dos palmitos plantados. Folhagem amarelada, “enforcamento” do palmito e diminuição da copa progressivamente até ficar só a estipe são alguns dos problemas mais comuns.
Palmeira típica da Mata Atlântica e produtora de recursos fundamentais para a fauna, o palmito-jussara é mesmo um item indispensável para o paisagismo sustentável. Na floresta o seu habitat – principalmente na fase juvenil – é a sombra das grandes árvores, vivendo na “estufa” úmida e quente proporcionada pelo sub bosque. Quando mais velho, pode alcançar o dossel florestal e ficar a pleno sol. Raras são as exceções na natureza.
Algumas dicas importante para prevenir esse problema (além da boa procedência da muda e seu desenvolvimento dentro do pote e não arrancada do chão) é recriar no projeto parte das condições naturais da Mata Atlântica, escolhendo o local de plantio em meia sombra, com microclima úmido, próximo a outras plantas e deixar a terra a sua volta preferencialmente bem vegetada, se possível com arbustos, protegendo do ressecamento do solo. Evitar ao máximo seu plantio em alameda, com um palmito bem afastado do outro e a pleno sol.
Ricardo Cardim