Um desafio importante da sustentabilidade urbana no Brasil é equilibrar a cidade construída com a sua rica natureza original. Ainda distantes desse objetivo, nossas cidades apresentam pouca vegetação e o desaparecimento da biodiversidade nativa.
Como melhorar esse quadro em cidades que foram pensadas para edifícios e carros, e não o verde? Uma solução para regiões adensadas é aumentar a vegetação e seus benefícios através de telhados verdes. Mas não aqueles feitos para a realidade de países frios e com urbanismo de primeiro mundo, mas algo que respeite a realidade brasileira.
Além desse blog, um dos nossos trabalhos é desenvolver métodos que permitam a biodiversidade nativa retornar para as cidades. Depois de mais de cinco anos de pesquisas, conseguimos criar um método inovador para telhados verdes com o máximo de funções ambientais, que reproduz a dinâmica da floresta tropical, e permite uma verdadeira Mata Atlântica na cobertura de prédios com apenas 15 cm de espessura de uma “terra especial” da empresa SkyGarden, e a composição/espaçamento das espécies de árvores semelhante ao natural.

Telhado Verde com paisagismo, plantas nativas e o capão de Mata Atlântica na esquerda da foto. Edifício Gazeta, Av. Paulista.

Com mais de 100 árvores nativas, a floresta recebeu em janeiro de 2014 mudas de 1 metro de altura e que agora tem de 2 a 3 metros.
O resultado são florestas densas e verdejantes de até 3,5 metros de altura, que resistem a ventanias, consomem pouquíssima água, não dão manutenção, podem abrigar diversas espécies da fauna e pesam apenas 300 kg por m², o mesmo que um gramado em terra comum sobre laje. A cobertura diminui até 18° C de temperatura.
O projeto apresentado nessas fotos tem um ano de idade, e foi plantado em uma das coberturas do Edifício da Fundação Cásper Líbero – Gazeta, na Avenida Paulista. Além da Mata Atlântica, conseguimos recriar a vegetação de Cerrado nos telhados verdes.
Não temos outro caminho para a abundância de água, qualidade de vida e saúde pública nas caóticas cidades brasileiras sem resgatar de volta o verde, e o telhado verde com a vegetação nativa pode ser uma ferramenta importante para isso.
Para saber mais:

O microclima que a floresta proporciona pode melhorar muito a questão do calor e água da cidade de São paulo, se usada em larga escala.

Com a tecnologia, apenas 15 cm de espessura são necessários. O baixo peso, de cerca de 300 kg por m², permite o plantio também em prédios antigos.

A cidade de São Paulo em um futuro possível, que harmonize a natureza e cidade, com Mata Atlântica, praças e hortas em suas coberturas. Vida melhor para todos. Crédito: UOL
Ricardo Cardim
Ricardo, parabéns pelo trabalho.
Acompanho o blog há muitos anos, apesar de ser a primeira vez que comento.
Uma dúvida: chegou a confirmar com engenheiros se este peso de 300Kg/m² é realmente seguro?
Lembro de no passado já ter pesquisado sobre o limite de carga de lajes e o que encontrei foram informações diversas, em geral postadas por leigos a partir de dados recebidos de construtoras, de que o limite seguro seria entre 150 e 200 Kg/m².
Certamente este valor depende das características da construção e irá variar caso a caso, mas o que indicou no seu texto parece um pouco alto.
Abraço
Olá,
O peso de suporte de carga da laje a receber o sistema deve ser avaliado por um engenheiro calculista. Somente com responsabilidade documentada é que fazemos o telhado verde.
abs
parabéns, continue em sua luta pelo verde
Parabéns pelo trabalho, Ricardo.Fabio Feldmann te elogiou.Abços.Rachel
Date: Thu, 23 Apr 2015 13:40:14 +0000 To: rachelfeldmann@hotmail.com
Obrigado Rachel!! abraços
Ricardo,
Árvores como a copaíba e o angico acumulam “muita massa” com o passar dos anos. Como será feito o controle de crescimento dessas espécies de maior porte? Desde já agradeço.
Abraço,
Marcelo
ela se restringem a disponibilidade de recursos do sistema, que é pouca.
Acredito ser uma realidade distante de nossa cidade. Gostaria muito de ver alguns prédios demonstrando a possibilidade da implantação destes telhados verdes.
Bem que o poder público poderia dar o exemplo, instalando em alguns prédios públicos os telhados verdes. Fica a sugestão.
Com relação ao uso de espécies nativas, há muita falta de informação. Nunca temos a certeza de que determinada espécie é nativa. Precisaria ter uma iniciativa para a distribuição de mudas de árvores nativas pelos viveiros públicos.
Olá, Ricardo. Achei sensacional a ideia e adoraria vê-la replicada em diversos prédios e outras cidades, sobretudo o meu Recife, que acabou de aprovar uma lei de telhados verdes. Tenho algumas perguntas de leigo: o plantio de árvores não causa riscos futuros à estrutura, devido ao enraizamento? Como controlar para que as raízes não ultrapassem os 15cm de terra e forcem sua passagem através do concreto? As espécies são escolhidas já pensando nisso? Abraço.
Karlos, é uma tecnologia e técnica que evita isso.
Republicou isso em ivanmaglio.
Oi, achei muito legal, pretendo até conhecer quando for em São Paulo, vocês abrem para visita? E por curiosidade que profundidade de raiz essas plantas tem? Qual altura da faixa de terra?
Republicou isso em pinheiromarcos.
Bom dia Ricardo,
VocÊ saberia a especie de uma arvore enorme que fica na praça central da Av. Antartica x Av. Sumaré?
falsa seringueira
Hola Ricardo, como me explicas que se necesitan tan solo 15 cm de profundidad para que las plantas sobrevivan. Qué tecnologia se usa? Excelente articulo!! Felicitaciones!!! Gracias!!
Parabéns pelo trabalho!
Abs
Obrigado Raquel!