
Na Zona Sul, no bairro da Granja Julieta, vive isolada esta centenária copaíba, repleta de epífitas nativas na copa. Trata-se de uma sobrevivente da Mata Atlântica das margens do Rio Pinheiros e hoje está em um terreno privado.
Árvores muito antigas na Mata Atlântica costumam ter uma complexa biodiversidade nas suas copas, que formam um outro “andar de floresta” constituída por plantas epífitas – que não são parasitas – e abrigam uma fauna especializada. São orquídeas, bromélias, cactos, imbés, samambaias e várias outras aproveitando o microclima e a luminosidade proporcionados pela árvore.
Da vegetação original da cidade de São Paulo – que em um passado não muito distante – era formada por densas florestas em forma de capões (ilhas), sobreviveram algumas árvores seculares. Muitas vezes as únicas remanescentes de uma floresta com milhares de árvores. Exemplos são as raras copaíbas e jequitibás-brancos eleitas na campanha “Veteranas de Guerra” da SOS Mata Atlântica.
Poucos desses já escassos exemplares antigos tem na sua copa uma grande diversidade de epífitas nativas, que representam as últimas sobreviventes das florestas paulistanas. É como se uma árvore fosse capaz de suportar um “micro mundo” repleto de pequenas raridades biológicas, que já perderam todos os outros da mesma espécie na metrópole, e são os últimos repositórios da genética paulistana.
Essas “relíquias da biodiversidade” infelizmente seguem não pesquisadas e ameaçadas pelo desconhecimento, e poderiam gerar ótimos trabalhos de pesquisa acadêmica, além da possibilidade de serem reproduzidas e reintroduzidas na metrópole.

No Colégio Friburgo, Avenida João Dias, Zona Sul, ainda existem várias bromélias hoje raras na metrópole sobre essa secular copaíba.

O jequitibá-branco do Parque Trianon também reserva uma biodiversidade própria e não observada nas outras árvores antigas do Parque
Ricardo Cardim
****POST NÚMERO 350 ****
Parabéns Ricardo e obrigado pelas informações e a oportunidade que tu tens nós dado de conhecer melhor as árvores da nossa Mata Atlântica.
Más, continuo a insistir:
Quando é que vamos nós livrar dos ataques das roçadeiras de grama nos caules das árvores que às aniquilam nos parques das cidades e jardins dos nossos condomínios.
Ass. Salomão
Infelizmente nossa cidade está ficando pelada… muito concreto, asfalto, casas sem jardins e quintais com piso cerâmico ou cimento… sem árvores, plantas. Pena! Ainda bem que há pessoas como você, Ricardo, que nos mostram esses remanescentes. Obrigada!
 Ricardo, boa noite, Morei em SP por muitos anos e acompanho constantemente os seus posts, hoje resido em Araçatuba, no noroeste do estado, uma região muito desmatada, tomada por pastos e cultivo de cana-de-açúcar. Poderia auxiliar-me com relação a uma dúvida? Gostaria de saber se esta samambaia é nativa ou uma espécie intrusa.Este ano surgiu no jardim de casa uma samambaia de aparência bastante rústica, ela é linda. Ela brotou num canteiro e atualmente ela o domina.Além, da aparência rústica, ela fica ereta e não se parece com as samambaias que temos em casa. Pode ser coincidência, mas ela apareceu depois que adubamos o canteiro com o adubo da compostagem doméstica (compostamos os restos de vegetais, legumes e frutas que consumimos, com uso de minhocas). Envio 3 fotos anexas. Abraços, Tatiana Kajimoto
Olá Ricardo
Sou Clóvis Gonçalves Técnico de Controle de Meio Ambiente, vou começar um trabalho voluntário salvar uma COPAÌBA centenária na região de Telêmaco Borba PR, vou precisar de ajuda com informações.
Agradeço
Olá
Como podemos ajudar?