Na semana da Árvore, São Paulo vai ganhar de presente um jardim feito exclusivamente com espécies nativas da Mata Atlântica e Cerrado do Município, incluindo espécies raras e em extinção. A área verde tem uma proposta simbólica, representar a amizade entre o Brasil e Japão.
Comemorando os 60 anos do Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera, o jardim brasileiro foi projetado e realizado por nossa equipe e viabilizado com patrocínio da Honda, e fica em frente ao jardim Zen típico do Japão, procurando trazer a união das terras, das duas paisagens distintas que se tornaram familiares para ambos os povos.
Após uma longa jornada pelos oceanos, os imigrantes japoneses encontraram no Brasil de mais de um século atrás, um outro mundo, ainda coberto pela exuberante Mata Atlântica e Cerrado, de aspecto tão diferente das paisagens do Japão. Novas plantas e animais em um grande território praticamente desconhecido, até mesmo para os brasileiros. Nessas terras criaram fortes raízes, aqui simbolizadas nos dois jardins, que representam a amizade entre as nações.
Entre as plantas utilizadas, temos:
cambuci (Campomanesia phaea) – árvore frutífera da Mata Atlântica que já foi muito comum nos antigos pomares. Seus frutos em forma de “disco-voador” são perfumados e suculentos.
palmeira-prateada (Lytocarium hoehnei) – essa rara e bela palmeira só existe originalmente na região metropolitana de São Paulo e está ameaçada de extinção devido a urbanização. Vive nas áreas sombreadas da Mata Atlântica, e no Jardim Honda temos 3 exemplares cultivados em viveiro a partir de sementes.
araçá-do-campo (Psidium guineense) – é uma das frutas que os japoneses encontraram nos Cerrados do Estado de São Paulo e que desapareceram com o crescimento das cidades e atividades agropecuárias.
língua-de-tucano (Eryngium paniculatum) – Essa estética planta do Cerrado já recobriu a paisagem paulistana nos antigos “Campos de Piratininga” e hoje restam somente algumas dezenas na metrópole. O fundador de São Paulo, Pe. Anchieta, fazia alparcatas com ela no distante século XVI.

Em primeiro plano, o Jardim Zen, e atrás o Jardim Brasileiro, unidos por uma ponte entre os pavilhões.
Adorei os Jardins amigos ,semeando  valores vitais entre os dois povos !  Parabéns, Ricardo ! Â
Obrigado Ângela querida! abs
Parabéns Ricardo Cardim e equipe!!!! Que belo presente para a nossa querida São Paulo!!!
Incrível trabalho, Ricardo! Estou procurando alguma bibliografia onde eu encontre informações sobre a flora original que cobria a região central da cidade de São Paulo. Você tem algo para me indicar? Abraços, Diogo
Que trabalho lindo e importante você vem fazendo Ricardo. Acho que foi você que ouvi num sábado, em programação de rádio, falando do Cambuci ( peguei o programa no meio ) e revelando que o fruto Cambuci que é uma espécie nativa da Mata Atlântica, era muito comum no bairro que por esta razão, leva seu nome – Cambuci, e que desde os anos 1940 era a fruta símbolo da cidade. Eu sou adoro Cambuci !
Sou historiadora, pesquisadora, consultora cultural e culinarista, membro do Slow Food, desde 2008. Tenho um projeto de oficinas de eco.gastronomia sempre procurando resgatar as nossas espécies nativas e produtos da agroecologia.
Vou dar uma Oficina sobre o Cambuci, com degustação, no próximo domingo, dia 05.10.2014 e você está convidadíssimo. Vai acontecer lá no estacionamento ao ar livre do Shopping Villa Lobos, durante a Feira de Agricultura Orgânica que ocorre lá aos domingos, das 07:30 – 13:00 hs
Grande abraço
Maria Helena Caldas