O que era para ser um grande motivo de orgulho em um país desenvolvido, ou um símbolo da História e Mata Atlântica de São Paulo, representa hoje uma vergonha para a maior metrópole brasileira. O estado da figueira-das-lágrimas, uma árvore nativa com mais de dois séculos de existência e que assistiu Dom Pedro I passar sob sua copa no distante ano de 1822, é infelizmente o resultado do total descaso por parte do Poder Público.
Com o antigo e belo muro de contenção desabando, escorado por madeiras improvisadas na calçada, sem nenhuma placa de identificação do monumento vegetal (a não ser uma diminuta dentro do terreno, que identifica a árvore errado), nada mostra a importância dessa anciã tombada por lei em 1988.
Para quem passa em frente, a sensação é de total abandono, mesmo com todos os cuidados possíveis por parte da Dona Yara, que mora ao lado há décadas e adotou a árvore como sua zeladora, defendendo-a e contando a sua história para todos que ali param e se interessam.
Certamente, um patrimônio ambiental como esse em uma cidade como Berlim ou Nova Iorque seria uma relevante atração turística, recebendo os cuidados que sua avançada idade e condição exigem, um espaço vital adequado e painéis explicativos de toda a sua história e linha do tempo. Pena, que mesmo em uma capital econômica e cultural como São Paulo, isso está aparentemente mais distante que o ano de 1822.

Aspecto da figueira-das-lágrimas nesse inverno, com poucas folhas na época, como é característico da espécie Ficus organensis.

Em primeiro plano à esquerda, uma figueira estrangeira que foi plantada inadequadamente ao lado da anciã (no fundo) e deveria ser removida para evitar a competição por recursos como água, luz e nutrientes.
Conheça mais em outros artigos do Blog e da Campanha Veterana de Guerra:
https://arvoresdesaopaulo.wordpress.com/2009/04/19/a-resistente-e-centenaria-figueira-das-lagrimas/
https://arvoresdesaopaulo.wordpress.com/2010/09/20/dia-da-arvore-a-arvore-mais-antiga-de-sao-paulo/
Ricardo Cardim
Endereço da árvore – Estrada das Lágrimas entre os números 515 e 530, próximo a Rodovia Anchieta, no Sacomã – Zona Sul.
Não é diferente de quase todo o resto do país, nosso digníssimos representantes têm sempre algo mais importantes com que se preocupar: eles mesmos.
Prezado Ricardo,
Não sei se estou equivocado, mas existe um exemplar de Jequitibá-Rosa no Parque Trianon, com uma placa informativa, indicando uma idade aproximada de mais de 300 ou 400 anos.
Wilson
É, prefeitura não está nem ai mesmo !
http://agramasintetica.blogspot.com.br/
é um pouco caso da historia da nossa cidade , vereadores , deputados servem para o que.
Cade a Sub Prefeitura do Ipiranga
Pingback: Você conhece a árvore mais antiga de São Paulo? | Catraca Livre
Temos que nos mobilizar para plantar mais árvores e ter um pais melhor sem poluição.
Precisamos rever nossos conceitos.
Ricardo … encontrei alguém pra gostar das árvores como eu …. parabéns pelo seu trabalho … as árvores representam a nossa sobrevivência pena que as autoridades e gestores públicos não se tocam para essa questão .. pena …….eu sou uma apaixonada pelas árvores . Forte abraços e meus parabéns … sucessos .
Tenho acompanhado suas publicações, são oportunas e urgentes.
***Ola, amigos: no dia 27pp. (março 2014) estive no Memorial da América Latina e ao contornar a área (pelo lado de fora do Memorial) notei uma enorme Gameleira branca nos “fundos” do Memorial. É impressionante a árvore e suas raízes suspensas até a altura de mais de 2 metros do solo me deixou de boca aberta, pois notei que a árvore não está sendo cuidada pelos responsáveis pelo Memorial. Fica aqui minha observação.
Abraço forte