Há pouco mais de um ano os jornais noticiavam o que parecia ser um final feliz para a mais antiga casa sobrevivente na Avenida Paulista – o casarão do número 1919 seria desapropriado pelo Estado conforme decisão do Supremo Tribunal Federal pelo polêmico valor de 110 milhões de reais e viraria um centro cultural público. O tempo passou e nada mudou. A construção em estilo francês, que foi tombada em 1992, continua em péssimo estado e com uso totalmente inadequado para a sua preservação. Até quando irá se manter em pé?
Construído em 1905, no primeiro lote de edificações da Avenida, essa casa inacreditavelmente sobreviveu aos constantes ciclos de demolições e construções da metrópole e também conservou em seu terreno outra raridade: árvores nativas remanescentes da antiga Mata Atlântica do Caaguassú, que outrora recobriu onde hoje está a Paulista. São exemplares de madeira-de-lei como cedros e canelas, com velhas bromélias sobre seus troncos que junto com as árvores do Parque Mário Covas, contam um pouco do rico passado natural da região.
O casarão, restaurado e transformado em centro cultural, com seu quintal unido ao parque vizinho, representaria um importante monumento histórico-ambiental da cidade que não soube preservar nem seu passado nem a sua natureza.
Ricardo Cardim
Se a opinião pública tivesse algum peso nas decisões do governo… seria excelente para a autoestima da nossa população, carente de História e de espaços verdes públicos.
Esse casarão era belíssimo. Pisos de tábuas largas, janelas com vitrais, portas almofadadas…
Pena, mas é bem típico do Brasil o não cuidar de seu passado. Mas vão esperar que ele se deteriore mais ainda, assim ele poderá ser demolido e outro arranha-céu ficará no seu lugar.
Pingback: São Paulo (SP) – Patrimônio histórico e ambiental da Paulista, o casarão Franco de Mello segue abandonado | Defender
Pingback: Justiça manda restaurar casarão na Av. Paulista | Árvores de São Paulo