O que foi um ato de grande sensibilidade ecológica e histórica nas reformas da região do Largo da Batata em 2010 acabou exatamente três anos depois na forma de mudas secas retorcidas em meio ao lixo e mato. Trata-se do plantio de dezenas de mudas de araucárias (Araucaria angustifolia) que a Prefeitura na época realizou em homenagem a espécie que batizou o bairro de Pinheiros e onde ocorria em abundância em um passado remoto.
Aqui no Blog publicamos a boa notícia em 08 de março de 2010 no post Depois de 300 anos os pinheiros voltam a Pinheiros. Hoje, não sobrou nenhuma araucária viva para lembrar a ação. O que aconteceu foi a falta de manutanção básica para a sobrevivência das mudas, já que a espécie normalmente vai bem no ambiente urbano, como na foto abaixo, de uma araucária jovem plantada na calçada pelo proprietário em uma rua na Zona Sul.
Com isso perde a História e o Meio Ambiente da cidade de São Paulo, e também o investimento financeiro público.
Ricardo Cardim
A população em qualquer lugar do mundo respeita e deseja o belo! As pessoas entendem que o lugar onde moram, passam ou que permanecem, deve ficar intocável! Essa praça foi recentemente entregue ao público e, enquanto estava em boas condições de manutenção, não houve a depredação e o local respeitado. A falta de manutenção e o desprezo local por parte do poder público, leva à algumas pessoas que ignoram a importância em preservar, seja por indignação ou não, a depredarem. Porém, faço uma ressalva sobre o plantio das mudas no local, nesse caso, as araucárias. Entendo que as mudas deveriam estar mais desenvolvidas para serem plantadas, assim, obterem maior chances de sobrevivência e resistirem à depredação. E claro, serem resguardadas com tutores resistentes até se tornarem adultas e resistirem aos maus tratos. Essa é uma discussão longa que, inclusive, estou debatendo com os técnicos da empresa em que eu trabalho!
Este foi uma das materias mais tristes que voce ja postou. Deveriamos inundar a prefeitura com essas fotos.
Muito triste ver uma paisagem como essa… seria tão simples deixa-las crescer… basta uma palavra… que para o nosso povo parece ainda não ser conhecida…MANUTENÇÃO… NUNCA VI POVO PARA SER TÃO NEGLIGENTE NESSE QUESITO. Quem sabe a prefeitura resolve recolocar outras araucarias… seria maravilhoso te-las novamente…
Que se tente novamente, desta vez com a participação dos moradores ou empresas da região, que se responsabilizariam pelo bem-estar das mudas. Se não me engano, li no “A Ferro e Fogo” que as araucárias dificilmente se propagam por si só, necessitando da ajuda humana para isso. Quando pequenas, elas precisam de sombra e, apesar de se darem bem no ambiente urbano, cresceriam muito melhor sob as condições de mata úmida que encontram na Natureza. Eu vinha preparando uma muda de araucária para plantar num dos canteiros que margeiam a Salim Farah Maluf, mas infelizmente meu cachorro a matou. Agora estou esperando a temporada do pinhão para tentar novamente. Ano passado plantei muitos pinhões nas trilhas que faço em Campos do Jordão, e tenho visto algumas crescendo.
Moradores que se queixam hoje, nunca foram regar as mudas. Eu ainda sou a favor nesses casos de plantar mudas mais adequadas ao meio ambiente disponivel. Eu teria plantado uva-japopnesa, queria ver a diferença. Mas elas são taxadas de criminosas.
Lamentável. Os políticos só fazem a cena para ganhar a simpatia dos eleitores. Depois é depois. Se cuidar já não dá para renovar e ganhar novas eleições. O que eles fariam então, e que ficasse baratinho, para conquistar os votos daqui uns anos? Tem que ter coisas estragas para se notar o antes e o depois. Aí vem a banda ou algun conjunto famoso para fazer a festa dos eleitores tão amados… VOLTO A DIZER: LA-MEN-TÁ-VEL!!!
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Uma vergonha para a cidade de São Paulo. Vejam esta matéria sobre a falta de interesse real da prefeitura em Pinheiros.
Ricardo, eu já observei que uma boa parte, se não a maior, das mudas plantadas pela prefeitura não vinga. Não sei se as covas não são preparadas adequadamente, se o plantio ocorre em épocas inadequadas, se é falta de manutenção ou uma combinação desses e outros fatores. Enfim, um desperdício.
Olá ! Ricardo …. curto muito suas reportagens sobre planejamentos de arborização urbana .
Eu vejo um descaso muito grande dos municípios brasileiros no que tange ao planejamento arbóreo. E plantios desordenados e a mesmice ou o maneirismo em implantar árvores de pequeno porte e palmeiras em lugares onde poderiam ser introduzidas espécimes de grande porte me deixa irritada ,decepcionada com a falta de preparo e interesse do poder público.Resultado: “CALOR ESCALDANTE EM TODAS AS CIDADES .(Eu acredito na mobilização social ,envolver a população nos aspectos pertinentes a sua comunidade favorece a qualidade de vida … comunicação é tudo , e é claro que todos ajudam a cuidar daquilo que ajudaram a planejar.(Eu tenho um sonho : Arborizar uma cidade inteirinha no mesmo dia e na mesma hora , num sincronismo perfeito de união ,mas á árvore certa no lugar certo pelo próprio morador .”
e Esse é mais ,”
Entre araucarias mortas no Largo da Batata pelo descuido do poder público (pobre Pinheiros), árvores de Natal sintéticas e carissimas espalhadas pela Prefeitura em lugares que merecem árvores de verdade (quál é explicação psicoanalítica para esta aberração?), palmeiras de Madagascar nos jardins da Av. Paulista em parceiria com o H COR (que deveria saber melhor) e cidadãos comuns que tornam as suas calçadas e bairros inteiros lindos com verde exuberante, fiquemos com esses últimos e daremos graças a Deus pela Resistência paulistana privada e gente como Ricardo Cardim que ainda nos dá esperança.
Parece, mais uma vez, que a coisa pública paulistana é movida por interesses escusos de muito curto prazo, sem se importar com quem veja ou seja prejudicado pela corrupção e falta de seriedade, em plena sintonia com as prioridades demagógicas da maioria dos nossos políticos. No entanto, creio que a nossa Resistência ainda vai vencer, se continuarmos a levantar a voz e a mão.
Lamentável. Aqui no Paraná as nossas auraucárias também já são poucas, infelizmente uma história que se perde aos poucos.
Olá Ricardo,
passando outro dia no largo da batata com meu irmão,comentávamos o triste fim das araucárias
da praça. Ainda bem que não fomos só nós que notamos.
Vamos lutar pelos pinheiros que deram o nome ao bairro! Abçs ,Roberto
OK, esqueçamos a prefeitura. Mas e os moradores, nao cuidam ?
Não sei se foi o caso, mas já presenciei diversas vezes em São Paulo o plantio de árvores fora da época de chuvas. As mudas são plantadas, não são regadas o suficiente ou simplesmente não são regadas e sucumbem. Deveria haver uma programação para realizar o plantio de árvores de outubro a fevereiro por exemplo. Já vi centenas de mudas morrerem secas por serem plantadas em meados de julho e agosto.
Bom, tenho algumas mudas de Araucaria em casa. Topo participar de um mutirão de replantio e posso disponibilizar algumas mudas, desde que alguém que more perto do local assuma o compromisso de cuidar delas.
Eu devia ter esperneado mais.
eu acho que também não ajudou mais adorei
Se eu mora-se perto da praça teria ido regar as mudas, é uma falta de compromisso também da população pois cabe aos cidadãos se apropriar dos espaços , das praças e cultivar o verde não dependendo apenas dos governantes.
Um método usado em regiões de clima árido é enterrar moringas de barro (com ou sem tampa), que têm a superfície porosa e liberam a água aos poucos (http://urbanhomestead.org/journal/wp-content/uploads/2010/04/water-aroundtheurbanhomestead-10.jpg). Quem sabe não seja uma alternativa para que não sejam necessárias regas frequentes até que as araucárias se estabeleçam?