Bem-vindo ao Parque Vila dos Remédios! Sente-se e sinta-se em casa…

E no meio da trilha na Mata Atlântica... um  sofá de veludo (!?)

E no meio da trilha na Mata Atlântica… um sofá de veludo (!?) Só em São Paulo mesmo…

Independente dessa cena insólita na trilha do Parque Vila dos Remédios, pode-se afirmar que esse é um dos parques mais interessantes da metrópole paulistana. Escondido em meio a um bairro residencial tranquilo na Zona Oeste, essa área verde parece não prometer muito para quem chega na tímida portaria localizada no final de uma rua sem saída.

Com uma área de 109.800 m², sendo boa parte um  fragmento de Mata Atlântica típico da cidade de São Paulo, logo após passar o portão com plantas exóticas de paisagismo percebe-se a densa floresta com diversas trilhas bem sinalizadas e algumas até pavimentadas percorrendo-a em diversos sentidos. Na mata, árvores nativas típicas de um histórico secular de agressões como camboatã, capixingui, embaúba e pau-jacaré, mas também outras mais raras, como a copaíba, a palmeira brejaúva, o cauassú e canelas.

Essa área verde pertencia à Congregação Franciscana Filhas da Divina Providência, sendo conhecida também por “Bosque das Freiras”. Em 1976 a área foi cedida à Prefeitura e em junho de 1979 o parque foi inaugurado. O trecho de Mata deve ter sido preservado durante sua época rural por envolver uma nascente, e sofreu os usos comuns dessas áreas verdes ao longo de nossa colonização e urbanização,  como o corte seletivo das árvores de madeira nobres, retirada de lenha e até derrubadas completas com rebrotes de capoeiras. Mas hoje pode ser considerado uma das “jóias” da biodiversidade paulistana.

Vale a visita e pode ser equiparado ao Parque Volpi, no Morumbi, e Parque Siqueira Campos ou Trianon, na Paulista.

O tápia, árvore muito comum nas matas paulistanas e que poderia ser usada com sucesso na arborização urbana da cidade, com seu rápido crescimento e boa sombra, além de alimentar a fauna.

O tápia, árvore muito comum nas matas paulistanas e que poderia ser usada com sucesso na arborização urbana da cidade, com seu rápido crescimento e boa sombra, além de alimentar a fauna.

Lagartas em "transporte coletivo" atravessando a trilha.

Lagartas em “transporte coletivo” atravessando a trilha.

Trecho mostrando a bem preservada Mata Atlântica.

Trecho mostrando a bem preservada Mata Atlântica.

Esses grandes e arredondados blocos de granito eram típicos daquela região paulistana e chegavam até o Jaguaré e Butantã.

Esses grandes e arredondados blocos de granito eram típicos daquela região paulistana e chegavam até o Jaguaré e Butantã.

Uma trepadeira da Mata Atlântica do gênero Smilax

Uma trepadeira da Mata Atlântica do gênero Smilax

 

Aqui também aparecem as palmeiras-seafórtia, espécie de origem australiana e com forte capacidad de invasão biológica, que provoca intensa perda de biodiversidade.

Aqui também aparecem as palmeiras-seafórtia, espécie de origem australiana e com forte capacidade de invasão biológica, que provoca intensa perda de biodiversidade.

 

Endereço – Rua Carlos Alberto Vanzolini, 413 – Vila Jaguara. Funcionamento: diariamente das 7h às 18h. Fone: (11) 3625-1419

 

Ricardo Cardim

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Sobre Ricardo Cardim

Paisagista e Botânico www.cardimpaisagismo.com.br www.arvoresdesaopaulo.com.br
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4 respostas para Bem-vindo ao Parque Vila dos Remédios! Sente-se e sinta-se em casa…

  1. Ricardo,
    Parabéns pela apresentação desse belo atrativo natural da cidade. Amei! Com certeza quem lê seu texto fica tentado a conhecer esse parque.
    Eliane Varuzza

  2. Sergeant, James [IA] disse:

    Bom saber!
    Abraços,
    Jim

  3. Maria Cardoso disse:

    Parque Vila dos Remédios, todos os dias passo pela ponte dos remédios e ficava vendo aquela mata e imaginando o que seria. Como sempre gostei de plantas sempre comentava o que será aquela mata, achávamos que seria alguma área verde dos prédios que ficam ao lado, até que um belo dia sai do trabalho e fiz de novo o comentário e fomos de salto e tudo ver o que era, não acreditei um parque em meio a uma salva de pedra, que lindo, pena que a caminhada foi pequena, eles mantem fechado a noite para evitar pessoas indesejadas. Retornei novamente e apreciei algumas plantas, tinha uma muito esquisita solta os frutos na folha e quando amaduecem ficam de rosa claro a vermelhos, vi também que muitas árvores que haviam sido cortadas, contemplei as plantas que se apoiam nas árvores especialmente os rhipsalis que amo e tenho alguns poucos em minha casa e na caminhada fiquei imaginando a quantidade de pássaros que um espaço daquele abriga. Amei “O meu jardim secreto” ou “A Ilha perdida” . Pensava nesses nomes antes de conhece-lo, muito apaixonante. ABS.

  4. Édina A. Formagio disse:

    Eu já curtia este local bem antes de virar parque, na vila, ele é conhecido como “matão”, e sempre foi um local muito lindo.

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