Como forma de protesto ao plantio absurdo somente com espécies da África que continua a ocorrer nos canteiros centrais da Avenida Paulista, vamos apresentar um pouco da fantástica biodiversidade nativa do local e suas árvores. Quem sabe não sensibilizamos alguns dos tomadores de decisão a repensar as suas escolhas?
Podendo ser considerado o maior reduto da antiga Mata Atlântica que no passado cobriu toda a extensão do morro onde hoje está a Avenida Paulista, o Parque Siqueira Campos (Trianon) ainda conserva verdadeiras relíquias vegetais mesmo com o histórico de agressões que a mata ali sofreu. Entre elas, os inúmeros cortes e ações de paisagismo com espécies estrangeiras na área, afetando principalmente o sub bosque da floresta, onde está a regeneração natural com as “filhas” das árvores adultas.
Conheça algumas de suas árvores.

O tapiá (Alchornea sidifolia) é uma árvore de rápido crescimento e boa sombra típica das matas secundárias do município. Nos bairros que até poucas décadas atrás eram florestas, a espécie aparece com vigor. Alimenta a avifauna e pode ser usada em arborização.

Com madeira de boa qualidade, a canjerana (Cabralea canjerana) é rara na atual malha urbana da metrópole, ainda mais em porte avantajado como esse exemplar. Espécie ótima para arborização urbana.

Quem diria que a mata do Trianon ainda conserva preciosidades como o cambuci (Campomanesia phaea), a árvore símbolo da cidade de São Paulo!?Esse pequeno exemplar conta um pouco do que foi a biodiversidade e cultura paulistana no passado. É espécie frutífera praticamente desaparecida na metrópole, infelizmente.

O Parque conserva uma das últimas populações de jatobá (Hymenaea courbaril) em estado nativo na metrópole, com exemplares seculares. A surpresa fica por conta do poder da natureza, que mesmo sem os animais da Mata Atlântica para dispersar as sementes como a anta e porco queixada, continua reproduzindo a espécie como nessa pequena muda.

Nas áreas mais perturbadas do Parque aparece a embaúba (Cecropia sp.) uma das mais belas árvores de nossa flora. Muito importante para a fauna, alimenta do morcego ao bicho-preguiça (este já extinto no Parque). Espécie excelente para paisagismo.
Ricardo Cardim
Penso que talvez devamos ser um tanto mais rigorosos quanto ao uso de espécies exóticas. Uma forte política de compensação, mal comparando, mas nos moldes das “cotas para negros”. Se não formos um tanto extremados em um primeiro momento, chegando até mesmo a proibir o plantio de exóticas, dificilmente veremos resultados efetivos. Uma atitude como esta da Av. Paulista vinda de órgãos oficiais reforça essa tese.
Realmente Gustavo. Esse problema não está tendo as medidas que merece.
Há muita gente que ainda não conhece o Trianon, tão pertinho da gente!
Olá Ricardo
Acompanho o seu trabalho e a sua paixão pela nossa fauna e flora. Parabéns!!
Concordo com a incoerência dessa proposta de paisagismo na Avenida Paulista.
Será que poderemos fazer um abaixo-assinado e tentar reverter essa situação tão desastrosa junto ao patrocinador?
Liliana Rodrigues
Liliana, é uma ótima ideia! Fico à disposição.
Abs
Bem, não consigo achar adjetivos para os nosso governantes, não tem cabimento e nem lógica em vez de serem plantadas , pô todo mundo reclama dos desmatamentos da extinção das espécies da mata Atlântica , a única explicação é que economicamente está sendo vantajoso para algumas pessoas !!!!
Realmente só o esclarecimento pode levar as mudanças… abs
É impressionante! As vezes imagino que os que tem o poder, perguntam: “Qual a opção mais barata, melhor e sustentável?” e depois perguntam: “E qual a mais cara e pior em todos os aspectos?” Ai então vão lá e escolhem a segunda opção, parece que é de propósito, só pode!!!