A Avenida mais famosa do Brasil está recebendo nos seus canteiros centrais várias mudas de pândano (Pandanus utilis) e palmeiras-triângulo (Dypsis decari) em toda a sua extensão. Ambas as espécies são originárias da distante Ilha de Madagascar, na África, e farão parte por décadas do cartão-postal paulistano.
Em ações como essa, é no mínimo intrigante lembrar o fato de o Brasil ser o campeão mundial em biodiversidade de fauna e flora, e a avenida estar situada no antigo berço da riquíssima Mata Atlântica paulistana, sendo o Parque do Trianon importante remanescente, com sua pitangueiras, uvaias e canelas. Plantio de árvores em um local tão importante para os brasileiros, deveria, por motivos históricos e ambientais, abranger ao menos algumas espécies nativas para a avifauna e conexão com uma paisagem sustentável.
Não se trata de campanha contra as espécies exóticas ou estrangeiras. Elas são fundamentais em vários aspectos da vida cotidiana, como na alimentação e vestuário. A questão fica por conta da falta de sensibilidade nas escolhas. Como diria o eminente Botânico F. C. Hoehne, fundador do Jardim Botânico de São Paulo, já no distante ano de 1944:
“…nunca nos cansaremos de preconizar o emprego de espécies de árvores nacionais na arborização pública. Jamais se diga que elas são inferiores às exóticas já aclimadas.”
Como se vê, o problema é antigo…
Ricardo Cardim
Acho q seria bacana fazer um paisagismo com nossas plantas, típicas do sudeste… Até para promover o conhecimento das nossas arvores… São tantas e tão belas!!!!
Nada contra exóticas… Mas esta na hora de promover o q eh nosso!! Abraços Luciana
Caro Ricardo, e pelo qu se vê continuam plantando espécies exóticas enquanto existem inumeras expécies em vias de extinção. O mesmo acontece com especies animais. A invasão de aves, peixes em grandes rios como o São Francisco e Tietê. Já perdemos o controle. Abraço.
José GeraldoRosa Assunção.
Olá Ricardo… acho como paulistana, uma observação extremamente importante e séria,mas nesses canteiros da avenida Paulista ,anteriormente a esses Pandanos que estão plantando atualmente também não existiam plantas nativas da Mata Atlantica…o que me lembro que existiam eram arbustos de azaléas bem desenvolvidos, que no inverno ficavam muito floridos… e como se sabe não são nativos do Brasil.Talvez o foco não seja colocar arvores nativas nesses canteiros porque essas arvores tornam-se intocáveis… e se a avenida Paulista precisar de uma reforma, ampliação ou coisa parecida… o que pode acontecer é um tremendo de um problema para fazer uma possível remoção/ retirada das mesmas. Só para te lembrar… temos um exemplo desses na Avenida faria Lima…
Por favor não me interprete de maneira inadequada… só estou visualizando um possível problema futuro. No mais concordo plenamente com tudo que colocou.
Ridiculo, o paisagista deve ser amigo do Kassab.
Olá Ricardo. Parabéns pela iniciativa em mostrar um pouco do que ainda se encontra em SP como belos exemplares de árvores nativas. Sou amante da natureza, e aprecio muito a floração dessas árvores. Moro no interior de SP e ainda temos muitos fragmentos de mata espalhados pela cidade e área rural o que é muito importante preservar.
oi Ricardo, isso me faz lembrar a prefeitura de sp há alguns anos atrás que investiu uma grande grana em palmeiras, lembra ? bonitas, mas mais da metade morreu e as que ainda vivem não tem qq manutenção … e focando na nova vegetação, vc consegue ter uma idéia de qto foi investido ? pode ter certeza que não foi pouco e para piorar sai dos nossos bolsos … enqto isso, o viveiro manequinho lopes distribui gratuitamente mudas de plantas como ipê … cadê a parceria neste governo ? mistério …
Com exemplos como esse me pergunto se há inteligência nos profissionais de paisagismo.
Como se vê, a ignorância é endêmica. Renovo aqui meu pedido de SOS para as araucárias do Largo da Batata!
A escolha não foi legal, mesmo.
Não é ódio á exóticas, mas temos uma gama enorme de espécies que melhor represaria nossa Mata Atlântica na maior e mais representativa Avenida do Brasil.
Muito triste a escolha!
Ricardo, infelizmente as pessoas que decidem a compra dessas especies vegetais não são técnicos e as vezes, decidem por dinheiro e outras razões…..quem sabe um dia a gente vai decidir o que plantar. Abraços
GENTE BURRA QUE ACHA QUE TUDO IMPORTADO DE FORA EH SEMPRE MELHOR …
Parabéns pelo artigo “Arborização de Madagastar na Avenida Paulista”, concordo plenamente com suas observações da falta de atenção da prefeitura paulistana. Abraços, Nadia Rio de Janeiro
Ricardo, Vc tem que de alguma forma entrar para política. Conhecer alguém do meio e virar secretário do meio ambiente. Tenho certeza de que todos que conhecem e gostam do tema concordam com suas idéias. Pra pô-las em prática vai ter que virar funcionário público…. Abs
Obrigado Luiz! Abs
Já me manifestei anteriormente no Facebook e estou novamente aqui colocando em mínimas palavras, a crítica que faço sobre a implantação dos canteiros na Avenida Paulista. ABSURDO! Já e a segunda tentativa de instalação destes canteiros, e estão errando novamente. Sem contar com a falta de manutenção anterior com as azaléias que secaram e morreram na estiagem do inverno de 2012. VALORIZAÇÃO DAS ESPÉCIES NATIVAS BRASILEIRAS É SUSTENTÁVEL !
Péssima gestão da prefeitura na questão do verde e meio ambiente
Mandou super bem, Ricardo!!! Movimento VIVA AS NATIVAS!!! Para o bem de todos os seres vivos!
Obrigado Débora! Abraços
Caro Ricardo,
E a prefeitura? Alguém deu alguma explicação dos motivos que levaram a escolher espécies exóticas? Me parece ser o óbvio o uso de espécie da nossa região.
Parabéns pelo trabalho.
Orlando,
Obrigado Orlando! A SVMA fez uma advertência e ofereceu espécies nativas, mas mesmo assim, não houve mudanças
abs
Pingback: Avenida Paulista recebe plantas de Madagascar | Jardim Cor
As folhas do exótico pândano são duras e suas bordas são serradas como as da coroa do abacaxí. As folhas maduras podem ferir facilmente uma pessoa desatenta e caem aos montes sujando bastante a base do arbusto. Os cachos redondos soltam frutos verde amarelados que causam o mesmo problema, sem falar que atraem moscas e também brotam facilmente dificultando a manutenção do canteiro.
Por falar em manutenção de jardins e espaços públicos, taí algo que raramente se vê nas grandes cidades brasileiras. Parece que o desleixo e pouco caso são partes infelizes de nossa cultura e a maioria aceita isso com naturalidade.
Palmeiras estão sempre com as folhas mortas penduradas, árvores recebem podas tão drásticas que acabam por matá-las… Enfim, praticamente não existe profissionalismo na jardinagem pública. Entretanto, conformar-se a essa situação deveria ser motivo de vergonha. Cabe a nós, cidadãos deste país, fazer o mesmo que se faz num considerado civilizado, ou seja, cobrar o SERVIDOR público de nossa cidade, estado e país que está lá para TRABALHAR para nós. Afinal, NÓS o elegemos e NÓS o pagamos com nosso dinheiro suado em forma de impostos. Enfim, sem o EXERCÍCIO de nossa cidadania, fica mesmo muito difícil amar o que é nosso sem invejar o que é dos outros. Por essas e outras, aqueles que podem viajar costumam ficar boquiabertos com a beleza dos jardins estrangeiros, especialmente aqueles dos países europeus, mas não param pra pensar que por trás daquilo estão os olhos observadores da população local que não aceita menos. Porque, então, não imitá-los nessa AÇÃO de civilizidade e cidadania em vez de ficar eternamente reclamando da incompetência do poder público e ainda por cima admirar com inveja o que é dos outros?
Também me pergunto o porquê do paisagista não ter favorecido uma espécie NATIVA daquela mesma região da Avenida Paulista. O Parque Trianon, alí nas cercanias, mesmo relativamente pequeno, é um celeiro de múltiplas espécies perfeitamente adaptadas às condições locais que poderiam ter sido estudadas como opções. E depois, desde quando a Avenida Paulista sugere uma paisagem tropical? Essa avenida nasceu européia, portanto, já que o profissional favorece as espécies exóticas, que então continuasse com a tradição das azaléias que as tornaram parte da atmosfera do inverno paulistano como também a flor simbolo da cidade de São Paulo.
Com todo o respeito ao mencionado paisagista, sinceramente, não poderia ter gostado menos de suas opções para a avenida mais famosa de São Paulo e do Brasil.
Excelente exposição GIL!! Obrigado pela valiosa contribuição.
abraços
Achei tão fraca a escolha das espécies que me espanto de não terem colocado as palmeiras azuis de madagascar (Bismarckia nobilis) que está na “moda” juntamente com o pândano e a palmeira triangular, acho que foi o preço….
No canteiro central da Avenida Paulista, na minha opinião, não poderia ser plantado árvores de grande porte, pois haveria sempre o risco de quedas de galhos ou coisa semelhante que colocasse em risco os pedestres ou carros. Mas, colocar espécies exóticas em um cartão postal brasileiro é, no mínimo, desprezar a nossa riqueza natural.
E o interessante é que, os estrangeiros, ao nos visitar, quer conhecer justamente o que é desprezado, ou seja, as matas, a fauna, os rios e praias.
Gostaria que as pessoas que aqui participam pudessem sugerir arbustos de pequeno porte para a jardinagem dos espaços centrais das avenidas de São Paulo.
Quem sabe sedarmos “nomes aos bois”, alguém que tenha influência nestas escolhas acabe tomando conhecimento.
Eu mesmo não sei quais são os arbustos nativos que poderiam ser utilizados.
Fica a dica de participação de todos.