Por fatores culturais e “técnicos” quase toda a vegetação adulta hoje na cidade de São Paulo não é nativa do município, o que gerou um verdadeiro extermínio dos bichos e plantas presentes no terreno original da cidade antes da urbanização. Infelizmente, a maioria dessa biodiversidade nem chegou a ser estudada adequadamente, trazendo uma perda irreparável e que continua acontecendo.
Dentre as árvores mais comuns na arborização urbana do município, podemos citar três relativamente comuns e nativas da vegetação original paulistana – que ainda perdem feio para as bolivianas tipuanas e os asiáticos ficus – e produtoras de frutos comestíveis importantes para o equilíbrio do meio ambiente urbano. São elas:
1. jerivá (Syagrus romanzoffiana)
Palmeira que compõe os jardins paulistanos desde a época colonial. De tão comum nas extintas florestas nativas do município, batizou um importante rio de “Jurubatuba” ou “lugar com muitas palmeiras-jerivás” em tupi. Hoje é o conhecido rio Pinheiros. Planta excelente para a arborização urbana, acompanhando árvores, pois além de estética, fornece frutos saborosos para os humanos e fauna. Antigamente (antes de irem para os apartamentos e computadores) as crianças consumiam não só a carne do coquinho amarelo, mas também o seu interior, que lembra o sabor de nozes.

Cena colonial paulistana - pitangas maduras com casarão da época dos bandeirantes atrás. Casa do Butantã, na Zona Oeste.
Fez a alegria dos antigos pomares da cidade de São Paulo. Os índios já a consumiam e no passado participava de doces, compotas e cachaça, além de catada no pé. Hoje é comum nos bairros mais arborizados de São Paulo, mas quem as planta não é o homem e sim os pássaros, que bombardeam a cidade com as sementes. Árvore excelente para ruas estreitas e fiação aérea.
3. aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius)
Árvore que virou “queridinha” da gastronomia graças aos seus frutos usados para temperar pratos, é bastante comum nas infelizmente escassas capoeiras da Mata Atlântica paulistana. Seus frutos também são apreciados pelos pássaros e, com seu porte comedido, também pode ser plantada em ruas estreitas e fiação aérea. Resiste bem a poluição, como podemos ver na foto de um exemplar vivente na beira da caótica marginal Tietê.
Ainda existem muitas espécies excelentes para uma arborização urbana ecologicamente sustentável (com nativas locais) e que não são comumente usadas. Exemplos são a copaíba (Copaifera langsdorffii) cambuci (Campomanesia phaea) e a canelinha (Nectandra megapotamica). Para maiores informações e espécies, visite nossa página “Contato”.
Ricardo Cardim
Bacana, Ricardo. Á árvore certa para cada lugar, mas sempre muitas árvores.
Obrigado Dalva! abs
Parabéns ! Adorei !!!!!!!!!! Já sinto até o sabor…..Gostaria de ter muda . Qual é o valor se enviada via correio?
Presumo que o corte de árvores exóticas e invasoras teria autorização mais fácil, certo? Mas para o corte de qualquer árvore é necessário ir à subprefeitura etc…, parece-me que a burocracia é a mesma. Há alguma fonte que explique quais árvores teriam autorização mais fácil e quais mais difícil para o corte?