Código Florestal – ameaça real de retrocesso histórico

 

 

Graças ao fisiologismo da Câmara dos deputados, pelo o que tudo indica, o futuro da  água e biodiversidade brasileira estará, literalmente, nas mãos da Presidente Dilma nos próximos dias. Os dois elementos – água e biodiversidade – hoje considerados em escala internacional questão de segurança nacional para o atual século, podem simplesmente ser inviabilizados no Brasil, paradoxalmente o País mais rico em ambos. Decisões sérias estão sendo tomadas por pessoas que não conhecem a dinâmica dos nossos biomas.

Fato marcante da alteração do código é a injustiça com os proprietários e suas gerações anteriores que respeitaram a lei à todo o custo e preservaram. O vizinho que destruiu tudo e lucrou produzindo com essa área desmatada ficará em visível vantagem – e também os especuladores de terras. Somente isso já coloca em alto risco a biodiversidade nativa sobrevivente.

Sim, a obrigação de recompor a vegetação desmatada ilegalmente pode em raros casos atrapalhar a pequena  produção familiar (pequena mesmo, com 10 ha) em algumas propriedades do Sul e Sudeste e pode se ter uma flexibilidade técnica. Entretanto, na grande maioria das áreas não, e sem o replantio da APPs, perderemos a sobrevivência a longo prazo das matas fragmentadas, já que não serão recompostas e nem conectadas formando “corredores florestais” – garantia de manutenção da fauna responsável pela disseminação de novas árvores e biodiversidade.

A tecnologia e sustentabilidade devem ser o norte da produção moderna, com um equilíbrio entre vegetação nativa e agropecuária – de forma ao sistema permanecer estável e produtivo ao longo do tempo. E como se fará agropecuária sem água? Sancionada essa lei, esse será certamente o futuro. Isso sem citar eventuais mudanças climáticas já no horizonte próximo.

Na contra-mão da história segue alguns setores políticos do País e, se nada for feito, em seu rastro a perda de nossa incrível biodiversidade e abundância de água. Para os próximos anos teremos um “apagão” da água, biodiversidade e alimentos?

 Assinem o manifesto para impedirmos esse retrocesso – clique no link abaixo –

http://www.avaaz.org/po/codigo_florestal_urgente

 

Ricardo Cardim

 

 

Obs. Desculpem a fuga na temática do Blog, mas esse assunto é de extrema importância e pode inclusive prejudicar o meio ambiente urbano também.

 

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Sobre Ricardo Cardim

Paisagista e Botânico www.cardimpaisagismo.com.br www.arvoresdesaopaulo.com.br
Esse post foi publicado em amigos das árvores de São Paulo, Mata Atlântica, meio ambiente e marcado , , , , , , , , , , . Guardar link permanente.

11 respostas para Código Florestal – ameaça real de retrocesso histórico

  1. Celia disse:

    Oi Ricardo,

    Antes eu não tinha dúvidas em defender as ONGs e os movimentos de proteção ambiental. Mas desde que soube como eles têm sido utilizados muitas vezes para manipular o desenvolvimento de certas populações e regiões na direção dos interesses altamente nefastos da nova ordem mundial, fiquei com um pé atrás com essas informações. Tudo agora precisa de PESQUISA…

    Por ex, uma amiga me contou que a WWF, ligada a Marina Silva, é praticamente “propriedade” dos Rockefellers que devotam sua vida à implantação da nova ordem mundial. Não sei se vc já leu o livro “A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CLUBE BILDERBERG”, que conta um pouco dessa coisa.

    Se vc sabe alguma coisa em relação ao código, ficaria agradecida.

    Abs,
    Celia

    • Ricardo Cardim disse:

      Celia,

      independente de supostas ONGs e suas pretensões, o que está ocorrendo com as alterações do código florestal é muito sério e pode realmente levar a destruição dos nossos remanescentes de biodiversidade e suprimento de água. tenho acompanhando há tempos essa discussão e agora chegamos em ponto altamente preocupante para qualquer um, principalmente aqueles que estudam nossa vegetação e conhecem os danos irreversíveis que propostas levianas como essa podem causar.
      Abs
      Ricardo

  2. Giovanna disse:

    Oi Ricardo,

    moro em Presidente Venceslau na área rural e temos em nosso sítio um rio com a mata direitinha, meu pai nunca deixou ninguém derrubar, coisa que a gente cresceu ouvindo sobre a importância de não desmatar. E tem um monte de fazendeiros de porte nossos vizinhos com tudo de pasto até a beira… e agora o que se ouve é que logo logo vão poder tirar o resto! triste…
    Giovanna

    • Ricardo Cardim disse:

      Obrigado por seu depoimento Giovanna! ele simboliza bem o que defendemos.
      Ricardo

  3. Jair disse:

    Inacreditável esse absurdo. Acompanho seu blog e você fez muito bem de se manifestar – espero que a Dilma ouça essa e outras milhares, senão milhões de indignações.

    JAIR

    • Ricardo Cardim disse:

      Caro Jair,

      torço realmente para que sua previsão se confirme. Obrigado

      abs
      Ricardo

  4. Jair Freitas disse:

    Célia,

    esse argumento é justamente o que a bancada ruralista está usando para seus interesses imediatistas. Não sou de ONG, mas tenho ouvido e visto muita gente boa – como é o caso do Ricardo aqui – contra essa alteração, que realmente soa como manancial financeiro para muitos proprietários – principalamente aqueles encarapitados no congresso.

    Jair Freitas

  5. Carlos Alberto disse:

    Nossa que papo mais “institucional” dessa Celia aí em cima. Será que não é o nosso ilustre deputado Aldo Rebelo em um pseudonimo???

    rarará

    Carlos Alberto

  6. Celia disse:

    (Ricardo, me deixe responder desta vez)

    Que coisa incrível, parece que os fiéis e os dogmas estão em todas as áreas… Mas se a gente não tiver a liberdade de pensar, questionar, voltar atrás, deixar em aberto, então tudo estará realmente perdido.

    Meu blog é http://www.arvoresnacidade.blogspot.com , entre outros.

    Celia

    • Ricardo Cardim disse:

      À vontade. Sim Celia, o debate é necessário. O problema não é dogma, é puramente científico e técnico. E enquanto debatemos, fragmentos da nossa biodiversidade que sobreviveram até então estão sendo destruídos com a certeza da anistia. Perda irreparável para as futuras gerações.

      Ricardo

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