A árvore que é símbolo da cidade de São Paulo, o cambuci (Campomanesia phaea), amadurece seus perfumados frutos no final do verão e começo do outono – justamente nessa época. Mas como sua coloração esverdeada se mantém quase imutável entre os frutos imaturos e os prontos para o consumo, fica difícil saber a hora certa.
Nos antigos relatos dos paulistanos, o momento da colheita era quando após as últimas chuvas de verão, geralmente no fim da tarde, o chão em volta da árvore ficava repleto de frutos maduros que “choviam” dos seus galhos. Outra possibilidade é observar as “quinas” do fruto. Quando está maduro, elas ficam inchadas e moles, enquanto na imatura é estreita e firme.
Infelizmente, raríssimos são os locais com cambucizeiros adultos na metrópole. Em áreas públicas conheço três exemplares – Largo do Cambuci (Bairro do Cambuci), Jardim Botânico de São Paulo e na Cidade Universitária da USP – de onde vieram os frutos das fotos. De sabor levemente azedo, o cambuci é ótimo para receitas doces e salgadas, além de excelente para curtir cachaça, um uso muito querido no passado.
Suas sementes não são fáceis de germinar, mas vamos tentar com a colheita desse ano. Para os amigos das árvores, hoje suas mudas são encontradas em grandes lojas de jardinagem e no CEAGESP, e plantá-las ajuda a reequilibrar nosso meio ambiente urbano e resgatar a cultura, biodiversidade e história paulistana.
Ricardo Cardim
Legal! Salvo engano, mas lamentavelmente não vejo cambucis no Largo do Cambuci, só umas árvores nada a ver…
Oi Dalva,
ainda tem um, bem perto do fim da praça, em um canteiro… mas também nunca o vi carregado de frutos. O pessoal do bairro parece que tem plantado outros por ali. Perto da igreja tem umas mudas meio sofridas…
O mais interessante Sr. Cardim, é que mesmo tendo vivido e crescido na cidade de S.Paulo, conhecido bairros e praças tradicionais da cidade, ainda nao conheça os frutos do cambuci, sequer seu sabor, que dira qto a época certa da colheita! O que só reforça que por mais que se tenha vivido, sempre se tem o que aprender, seja com os mais jovens como vc, seja com os mais idosos, como o cambuci! …rs. Legal isso, ne! Fico muito grata por suas informações!
Olá Adelina, é verdade! o cambuci é tão raro hoje que poucos o conhecem. Torná-lo mais acessível é a nossa luta por aqui, e bom poder contar com o apoio de pessoas como você!
abraços
Ricardo
Fazendo uma pesquisa sobre cambuci no Google, caí no seu site “árvores de são paulo” e me deliciei… Eu moro na cidadezinha de Tapiraí, no topo da Serra do Mar (descendo, chega-se a Juquiá e Registro). Trabalho para a prefeitura e, na verdade, moro num sítio, dez quilômetros serra abaixo. É lá que tenho dois ou três pés de cambuci que os “capiaus” daqui me pedem doações encarecidamente. Mas é tanto fruto, que resolvi fazer a pesquisa para saber mais sobre o assunto.
E daí, passeando por seu site, me lembrei que, aqui, o palmito juçara (que, por sinal, vc escreve “jussara” – por que, hein?) só não tem mais por falta de espaço e por conta dos palmiteiros.
Há tempos fico pensando se não haveria uma forma de se arregimentar esses palmiteiros e “regularizar” a extração de palmito. Ela existe, é um fato, apesar da proibição. Se se pudessse “conscientizá-los” de alguma forma, que essa extração não fosse tão devastadora, quem sabe eles mesmos não se fiscalizassem a si próprios e colaborassem em um projeto. Porque, nos meus 8 alqueires, TODO dia tem palmitinho novo. Eles chegam a derrubar árvores com 3 ou 4 anos – uma lástima. Como fazê-los reconhecer qual planta já está boa de se cortar e qual nunca se deve cortar – como aquelas que já dão os “coquinhos” (com o perdão do meu palavreado inculto) e os tucanos vêm aos bandos se deliciar.
Você acha que isso seria plausível? Tem um projeto semelhante com o látex no Acre, cuja implantação tinha, entre seus propositores, o Chico Mendes.
Enfim: isso é factível? Quem eu poderia procurar?
Obrigada por sua atenção,
Dina Beck
Dina, sim, existem projetos como esse, sugiro procurar o pessoal da SOS Mata Atlântica, que também trabalham com isso. O jussara com dois “s” é uma grafia mais antiga, mas ainda válida como nome popular… Muito obrigado pelo força, e desejo-lhe boa sorte na empreitada de salvar os tão importantes palmitos! E continue nesse belo trabalho de disseminação do nosso ameaçado cambuci.
abs
Ricardo
Em que lugar da Cidade Universitária?
Perto da rotatória em frente a reserva de mata atlântica da USP, na saída de pedestres
Em Paranapiacaba, uma vila inglesa que hoje é distrito de Santo André, vende-se o licor, a geléia, e alguns pratos e lanches com cambuci. Tem até uma festa do cambuci que acontece acho que em abril.
Obrigado pelas dicas Uli!
Achei o link da festa:
http://www.guiaparanapiacaba.com.br/?pg=noticia&id=607
Quem nunca visitou vale a pena ir nessa vila, é muito bonita, parece que se está em outro lugar em outra época. Tem o trem turístico, mas também dá pra pegar o comum ir até a última estação e pegar um bus.
Outra festa que vale a pena é o fetival de inverno, neste ano ainda não saiu a programação, mas vou passar o link de um passado:
http://www.fip2010.com.br/
Olá pessoal, meu nome é Jonaldo Barbosa e eu tenho um pé de Cambuci aqui na minha casa em Arujá sp e todo ano da muitos frutos, nos ensinarão que só esta maduro os frutos que caem no chão naturalmente e eu ate distribuo para meus vizinhos e mesmo assim perde muitos frutos eu costumo dizer que a arvore vele mais do que toda a propriedade.
Amigo, gostaria de coletar alguns frutos na Cidade Universitária para aproveitar as sementes e tentar plantar umas mudas em meu pequeno sítio. Você saberia me dizer em qual local da Cidade Universitária você encontrou essas árvores?
Obrigado!
Comprei uma muda de Cambuci e vou plantá-lo no interior, mas por lá o clima é quente.
Sera que vai funcionar?
Todo ano consigo produzir pequena quantidade de mudas de frutas nativas :cambuci,araçá ,ingá etc.posso trocar c/outras mudas de frutas nativas ou doar p/ pessoas interessadas,sou aposentado e gosto de cuidar de plantas.
primeiro ano que meu cambucizeiro está produzindo! estou encantada, pois meu filho me deu a muda e eu nem conhecia a fruta.