Árvores do Rio de Janeiro 2 – as palmeiras de Burle Marx

Fato comemorado e amplamente divulgado foi a floração das palmeiras talipot (Corypha umbraculifera) no Aterro do Flamengo em novembro último. Quando Burle Marx as plantou em 1965, sabia que dificilmente veria as palmeiras florindo, já que isso ocorre somente uma vez, entre os 40 e 80 anos de idade. Depois do esplendor e liberação dos frutos, a palmeira morre.

Burle Marx, grande defensor da flora brasileira e importante agente de mudanças no paisagismo, criou no parque do Aterro do Flamengo uma composição harmônica com espécies singulares e inusitadas, que hoje encantam quem gosta de verde. As palmeiras talipot são um exemplo. O tamanho dela e sua floração são impressionantes, alcança tranquilamente os 20 metros de altura e um metro de diâmetro de tronco, para comparar parece a altura de um eucalipto adulto. Dá para ver de muito longe.

Note as pessoas ao pé da palmeira em comparação com o tamanho da floração

Originária do Sri Lanka, na Ásia, o renomado paisagista a plantou em vários locais do Aterro, e na verdade, é a segunda vez que ocorrem florações da espécie ali. A existente no Jardim Botânico do Rio morreu há alguns anos atrás e hoje permanece ainda em pé, seca. Quando estive em 2004 no Flamengo visitando-as, coletei vários frutos de algumas palmeiras frutificadas e que hoje já foram cortadas e substituídas por outras. As sementes germinaram bem, mas já em São Paulo o vizinho de cima de meu apartamento lavou a varanda e infelizmente as matou com (penso) desinfetante. Pena. Mas daqui a algum tempo haverá nova chance.

Ricardo Henrique Cardim

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