Há um século atrás ela era presença certa na margem do principal rio da cidade de São Paulo. As florestas densas que beiravam o rio Tietê eram como “ilhas” em meio a extensos brejos cheios de capim. E nelas, a palmeira jerivá (Syagrus romanzoffiana) se sobressaia acima das mais altas árvores da Mata Atlântica.
Camadas e camadas de asfalto e concreto depois, toda essa biodiversidade desapareceu. Aos paulistanos que como eu, nasceram depois do crescimento desordenado da cidade, ali sempre foram as avenidas marginais em volta da fossa aberta de esgoto que hoje é o Tietê. Mas tentando ser otimista, algo melhorou. O jerivá voltou a existir na beira do finado rio.
Com a reforma e concretagem das margens há alguns anos atrás, a espécie foi reintroduzida no plano de paisagismo. Embora a paisagem ao redor esteja completamente diferente, é uma esperança de novos tempos, porém ainda há muito para ser feito, já que uma estreita fileira de árvores entre o esgoto e asfalto é pouco. Sem contar com aquelas que desaparecerão com as obras das novas faixas, que “acabarão” com o engarrafamento na via.
Ricardo Henrique Cardim
e pensar que já nadei nessas águas e sentei na margem à beira dos jerivás. lembro-me bem deles, eram altos e esguios, seus cachos repletos de coquinhos eram nosso mata-fome e da passarada. Coisa louca.
abraços e parabéns por sua luta!
Zé Ives