A cena acima está cada vez mais comum em nossa cidade de São Paulo. Infelizmente. A verticalização desenfreada, que atende mais aos interesses de poucos em detrimento do coletivo, só tem aumentado nos últimos anos.
Para a arborização da cidade, esse fato é especialmente terrível, considerando que árvores de porte em terrenos particulares, adultas, nascidas em uma época onde a cidade era mais verde e horizontal, são cada vez mais raras. Muitas inclusive são nativas da Mata Atlântica paulistana e guardam importante material genético.
Um ótimo exemplo é o terreno da antiga mansão da família Matarazzo, esquina da Avenida Paulista com a Pamplona, onde em breve teremos mais um shopping (para que mais um??). Ali em um dos cartões-postais de São Paulo, depois da derrubada ilegal da casa há duas décadas, existe uma profusão de velhas árvores nativas da floresta paulistana que hoje sombreiam os carros do estacionamento lá instalado.
As paulistanas da gema – canelas, tapiás, jerivás e embaúbas convivem com antigas árvores remanescentes dos jardins de época, início do século XX, como a grande laranjeira na guarita da Paulista, que há algumas semanas atrás espalhava seu raro perfume nas calçadas da avenida.
Até quando?

Grandes árvores no terreno da mansão Matarazzo esperando a chegada de mais um shopping, com mais carros, sombra, consumismo...
Ricardo Henrique Cardim
É um verdadeiro crime. O pior é que o poder econômico tampa qualquer buraco, e os criminosos riem da nossa cara. Sempre foi assim e acho que sempre será. Que tristeza.
O ideal seria que os cursos de arquitetura ensinassem tb como aproveitar árvores adultas existentes nos terrenos para embelezar a arquitetura. Em vez disso, cortam-se árvores, muitas vezes centenárias e depois plantam, quando plantam, mudinhas pequenas, geralmente exoticas.
Uma solução são os Jardins de bolso, a proposta da Prefeitura para povoar o Centro.
http://www.centrovivo.org/node/901
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