Retornando ao tema do uso de árvores exóticas (não nativas da vegetação original) na arborização urbana e paisagismo na cidade de São Paulo, apresento aqui mais alguns problemas dessas escolhas culturais e estéticas para a nossa vegetação.
Em um breve passeio dentro de um remanescente de floresta nativa na Cidade Universitária da USP, observamos a presença de várias plantas invasoras originárias de outros países e regiões ocupando o espaço das espécies da Mata Atlântica Paulistana. Isso ocorre devido a grande capacidade de competição e falta de inimigos naturais dos vegetais exóticos, descaracterizando a mata e até impedindo sua perpetuação para que as futuras gerações de paulistanos possam vê-la.
Todas as fotografias foram tiradas dentro da mata e mostram plantas exóticas muito saudáveis e bem adaptadas, crescendo espontâneamente, isto é, sem ninguém ter plantado, enquanto a diversidade de espécies nativas é cada vez mais pobre.

nêspera ou ameixa-amarela (Eriobotrya japonica), árvore frutífera originária do Japão, no meio da floresta. Na parte esquerda uma palmeira-seafórtia (Archontophoenix cunninghamiana), outra forte invasora australiana.

café (Coffea arabica) possivelmente descendente das antigas plantações de café na fazenda Butantã no século XIX.

sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides), árvore não nativa da cidade de São Paulo, porém muito usada na arborização urbana

espada-de-São Jorge (Sansevieria trifasciata), planta africana, comum em jardins da Cidade, foi moda há algumas décadas atrás.

cheflera (Schefflera actinophylla) , planta comum em vasos para escritório, acaba sendo plantada nas ruas onde é disseminada por pássaros. Nativa da Austrália
Ricardo Henrique Cardim
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Sobre Ricardo Cardim
Paisagista e Botânico
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