Uma cena diferente chama a atenção de quem passa por esta árvore, um pau-viola (Citharexylum myrianthum), típico das matas paulistanas alteradas pela ação humana.
Na forquilha de seu tronco, que se divide após alguns metros do solo, uma palmeira vive como epífita (como algumas bromélias e orquídeas), usando a árvore de suporte sem prejudicá-la, enraizada na escassa matéria orgânica formanda por restos de folhas e galhos depositados ao longo do tempo.
Essa palmeira, a palmeira seafórtia ( Archontophenix cunninghamii) já foi descrita em um artigo anterior “Palmeira-seafórtia – Uma invasão silenciosa em São Paulo” e aqui mostra toda a sua grande capacidade de adaptação a situações extremas. Possivelmente, algum pássaro, dentre os muitos que apreciam seus frutos vermelhos, acabou defecando a semente no exíguo espaço, e como para muitas plantas a passagem da semente pelo intestino dos animais é benéfico para a germinação, uma pequena palmeira aí se desenvolveu.
A curiosa composição fica na rua do Matão, em frente ao prédio da Botânica, na Cidade Universitária da USP – Capital.
Ricardo Henrique Cardim
Esta (Archontophenix cunninghamii) é uma espécie exótica extremamente invasiva – sementes propagadas principalmente por pássaros – e que ainda está sendo plantada em muitas áreas públicas (praças, canteiros, calçadas…) em vários municípios brasileiros. Falta um trabalho efetivo e contínuo sobre os impactos das espécies invasivas no Brasil!
Na USP em São Paulo (Cidade Universitária) debate-se o controle desta espécie que já vem afetando também a Mata Atlântica por conta do alto poder de dispersão.
Somente a divulgação massiça em todos os meios de comunicação da informação sobre esta problemática é que nos ajudará a diminuirmos mais este grande impacto à nossa remanescente biodiversidade.
Obs: No bosque da Faculdade de Saúde pública da USP em São Paulo também é possível encontrar a Palmeira Seafortia e os pássaros “fazendo a festa”!
Conscientização sempre!!!
Grato,