O verde parece que realmente se estabeleceu no Parque Villa-Lobos. De uma área aberta e sem sombra do começo da década passada, passou-se a um lugar repleto de árvores em diferentes estágios de desenvolvimento, e com um fato raro na arborização da cidade: a presença de muitas espécies nativas.
Muito frequentado pela população, é interessante observar como na parte mais recente de plantio de árvores, perto da marginal Pinheiros, não vemos nenhuma muda destruída ou vandalizada, parece que as pessoas estão realmente aprendendo a respeitá-las e a conviver pacificamente.
Dentre estas pequenas mudas, que prometem belos capões de mata no futuro, gratas supresas nos esperam. Árvores típicas das matas originais da cidade estão muito bem representadas nesses novos reflorestamentos, coisa realmente muito difícil de encontrar nas ruas e parques de São Paulo, ainda mais no caso de áreas que antes não tinham árvores como é o caso do Villa-Lobos.
Araribá (Centrolobium tomentosum), Araçá (Psidium sp.), Embiruçu (Pseudobombax sp.), Cedro-rosa (Cedrella fisillis), Copaíba (Copaifera langsdorffii), Capixingui (Croton floribundus), Dedaleiro (Lafoensia pacari), Jatobá (Hymanea courbaril) e Embaúba (Cecropia sp.) são alguns paulistanos ilustres que andavam ( ou andam?) meio desaparecidos desde a intensa urbanização e agora podem ser conferidos de mais perto.
Flores e fruto maduro do Araçá, árvore antes abundante nos campos naturais e matas de São Paulo, a ponto de nomear até cemitério.
Os lenhosos frutos do Dedaleiro, que depois se abrem liberando centenas de sementes.
Cedro-rosa O aveludado botão de flor do Embiruçu
Ricardo Henrique Cardim
Associação dos Amigos das Árvores de São Paulo